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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A realeza dos afetos.



"Somos implacáveis na crítica e extremamente reticentes e lacônicos no elogio. Racionamos carinho e empreendemos esforços mirabolantes em ferir (até mesmo com o silêncio). Parece que temos uma vergonha tremenda de ser feliz e de fazer o outro feliz. Qual é o sentido de escolher viver um amor mendigo quando temos ao nosso dispor a realeza dos afetos?"

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Enjoy your family.









RETRATO DE FAMÍLIA

Este retrato de família
Está um tanto empoeirado.
Já não se vê no rosto do pai
Quanto dinheiro ele guardou
Nas mãos dos tios não se percebem
As viagens que ambos fizeram.
A avó ficou lisa, amarela,
Ficaram traços da família
Perdidos no jeito dos corpos
Bastante para sugerir
Que um corpo é cheio de surpresas.
A moldura deste retrato
Em vão prende suas personagens.
Estão ali voluntariamente,
Sem memórias da monarquia.
Os meninos, como estão mudados.
O rosto de Pedro é tranqüilo,
Usou os melhores sonhos.
E João não é mais mentiroso.
O jardim tornou-se fantástico.
As flores são placas cinzentas.
E a areia, sob pés extintos,
É um oceano de névoa.
No semicírculo das cadeiras
Nota-se certo movimento.
As crianças trocam de lugar,
Mas sem barulho: é um retrato.
Vinte anos é um grande tempo
Modela qualquer imagem.
Se uma figura vai murchando,
Outra, sorrindo, se propõe.
Esses estranhos assentados,
Meus parentes ? Não acredito.
São visitas se divertindo
Numa sala que se abre pouco.
Saberiam-se preciso- voar.
Poderiam sutilizar-se
No claro-escuro do salão,
Ir morar no fundo dos móveis
Ou no bolso dos velhos coletes.
A casa tem muitas gavetas
E papéis, escadas compridas.
Quem sabe a malícia das coisas,
Quando a matéria se aborrece?
O retrato não me responde,
Ele me fita e me contempla
Nos meus olhos empoeirados.
E no cristal se multiplicam.
Os parentes mortos e vivos.
Já não distingo os que se foram
Dos que restaram. Percebo apenas
A estranha idéia de família
Viajando através da carne.

Carlos Drummond de Andrade



"Enjoy your family..." (Reverbere!!!!)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A alma!


A ALMA: Afinal?


Estar em um turbilhão de sentimentos, é um tanto quanto, exagerado para o ser humano. EXAGERADO? Pois é, tudo que é exagerado, gera, reverbera.. 
Lá na alma, tudo flui, nas atitudes, tudo passa, na vida, tudo acontece... 
                                         Lá na alma?
                                                     ALMA? 
                                                              Afinal, o que é a alma para você? 
                                                                     Qual é a sua?
A alma é fundamental no processo evolucionário, na tarefa de desfazer-se dessas interdições, assim como a reprodução e as demandas por obediência o são. No que tange à capacidade de melhor adaptação ao mundo, a alma é o grande instrumento do ser humano.
Sim!
A ALMA!
A alma encontra novos objetivos para a vida, e ao fazê-lo, fortalece indivíduos e a espécie, aumentando suas chances de sobrevivência.
Portanto, dar a volta e encontrar novas tarefas, novos "dons", é receber nova força vital. É através da alma que essas novas tarefas se fazem conhecidas. Quem tem coragem de bancá-las não conhece a depressão.
E digo isso em bom tom!
Basta receber, alimentar, reverberar o que a alma pede!! =)
E claro, digo sobre a lógica da alma, como algo que revela a intenção TRANSCENDENTE da questão espiritual. Essa transcendência diz respeito também à CULTURA E A MORAL. 
A rebeldia que a busca do espírito instaura faz da alma um instrumento para o rompimento com normas, padrões e paradigmas.

[...]

Iniciei o texto perguntando, AFINAL, QUAL É A SUA?
Abrirei um pouco da alma que aqui dentro mora! Falarei de uma parte de mim, que demora, mas mora!
Falo da alma da bailarina que aqui vigora!
A tal, bailarina das reverberações atuais!
Considera que a dança, por envolver aspectos corporais,  imaginativos e sensíveis, permite um contato com um aspecto humano do qual o homem se distanciou ao priorizar o lado racional. Contudo, sente que tanto o lado racional quanto o lado intuitivo devem coexistir, de forma equilibrada, para que se possa chegar a um resultado satisfatório. CORPO E ALMA!
Enquanto o lado intuitivo permite uma abertura ao momento mesmo da dança, dando a possibilidade de se aproveitarem as possibilidades intuídas do momento, o racional permite uma organização lógica da obra. CORPO E ALMA!
Talvez, seja essa, a grande crença. É essa a abertura que permite uma conexão com algo maior.
O amor?
             A vida?
                        A alma?
                                    Afinal?




Reverbere!!!!!