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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

DO IT...




Tá cansada, senta
Se acredita, tenta
Se tá frio, esquenta
Se tá fora, entra
Se pediu, agüenta
Se pediu, agüenta...


Se sujou, cai fora
Se dá pé, namora
Tá doendo, chora
Tá caindo, escora
Não tá bom, melhora
Não tá bom, melhora...

Se aperta, grite
Se tá chato, agite
Se não tem, credite
Se foi falta, apite
Se não é, imite...

Se é do mato, amanse
Trabalhou, descanse
Se tem festa, dance
Se tá longe, alcance
Use sua chance
Use sua chance...

Se tá puto, quebre
Ta feliz, requebre
Se venceu, celebre
Se tá velho, alquebre
Corra atrás da lebre
Corra atrás da lebre...

Se perdeu, procure
Se é seu, segure
Se tá mal, se cure
Se é verdade, jure
Quer saber, apure
Quer saber, apure...

Se sobrou, congele
Se não vai, cancele
Se é inocente, apele
Escravo, se rebele
Nunca se atropele...

Se escreveu, remeta
Engrossou, se meta
E quer dever, prometa
Prá moldar, derreta
Não se submeta
Não se submeta...







segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Verdades?

(Foto: Carol Gregorutti, em Marília - SP)

“A explosão da verdade gera tanta poeira, 
que, 
por amor à limpeza, 
buscamos evitá-la.”
(Drummond)


Ah, 
se as tais "verdades" tivessem voz e 
ousassem ....
Ah...

As tais mudanças...

 
(Foto: Carol Gregorutti, em Marília - SP)
                              


"...Em muitos trechos do caminho, às vezes bem longos, carregamos muito peso na alma sem também notar. 

A gente se acostuma muito fácil às circunstâncias difíceis que às vezes podem ser mudadas. A gente se adapta demais ao que faz nossos olhos brilharem menos.
 A gente camufla a exaustão.
 A gente inventa inúmeras maneiras para revestir o coração com isolamento acústico para evitar ouvi-lo. 
A gente faz de conta que a vida é assim mesmo e ponto. A gente arrasta bolas de ferro e faz de conta que carrega pétalas só pra não precisar fazer contato com as nossas insatisfações e agir para transformá-las. 
A gente carrega tanto peso, no sentimento, um bocado de vezes, porque resiste à mudança o máximo que consegue, até o dia em que a alma, cansada de não ser olhada, encontra o seu jeito de ser vista e de dizer quem é que manda.

Eu fiquei pensando no que esse peso todo, silenciosamente, faz com a alma. No que isso faz com os sonhos mais bonitos e charmosos e arejados. 
No que isso, capítulo a capítulo, dia-a-dia, faz com a nossa espontaneidade. 
No que isso faz, de forma lenta e disfarçada, com o desenhista lindo que mora na gente e traça os risos de dentro pra fora. 
E o entusiasmo.
 E o encanto.
 E a emoção de estarmos vivos. 
Eu fiquei pensando no quanto é chato a gente se acostumar tanto. No quanto é chato a gente só se adaptar. 
No quanto é chato a gente camuflar a própria exaustão, a vida mais ou menos há milênios, que canta pouco, ri pequeno e quase não sai pra passear. 
Eu fiquei pensando no quanto é chato a gente deixar o coração isolado para não lhe dar a chance de nos contar o que imagina pra nós e o que podemos desenhar juntos nessa estrada.

Mas chega um momento em que me parece que, lá no fundo, a gente começa a desconfiar que algo não está bem e que, ainda que seja mais fácil culpar Deus e o mundo por isso, vai ver que os algozes moram em nós, dividindo espaço com o tal desenhista lindo que, temporariamente, está com a ponta do lápis quebrada.
 Sem fazer alarde, a gente começa a perceber os tímidos indícios que vêm nos dizer que já não suportamos carregar tanto peso como antes e a viver só para aguentar. 
Devagarinho, a gente começa a sentir que algo precisa ser feito.
 Embora ainda não faça. Embora ainda insista em fazer ouvidos de mercador para a própria consciência. Embora ainda estresse toda a musculatura da alma, lesione a vida, enrijeça o riso, embace o brilho dos olhos, envenene os rios por onde corre o amor. 

Por medo da mudança, quando não dá mais para carregar tanto peso, a gente aprende a empurrá-lo, desaprendendo um pouco mais a alegria.
 Quase nem consegue respirar de tanto esforço, mas aguenta ou pelo menos faz de conta, algumas vezes até com estranho orgulho. 
Até que chega a hora em que a resistência é vencida. 
A gente aceita encarar o casulo. 
A gente deixa a natureza tecer outra história.
 A gente permite que a borboleta aconteça.


Nascemos para aprender a amar, a dançar com a vida com mais leveza, a criar mais espaço de conforto dentro da gente, a ser mais felizes e bondosos, a respirar mais macio, essa é a proposta prioritária da alma, eu sinto assim. 
Podemos ainda subestimar a nossa coragem para assumir esse aprendizado.
 Podemos nos acostumar a olhar o peso e o aperto, nossos e dos outros, tanto sofrimento por metro quadrado, como coisa que não pode nunca ser transformada. 
Podemos sentir um medo imenso e passar longas temporadas quase paralisados de tanto susto. 
Podemos esgotar vários calendários sem dar a menor importância para o material didático que, aqui e ali, a vida nos oferece. 
Podemos ignorar as lições do livro-texto que é o tempo e guardar, bem escondido do nosso contato, esse caderno de exercícios que é o nosso relacionamento com nós mesmos e com os outros. 
Apesar disso tudo, a nossa semente, desde sempre, já inclui as asas.
 Já inclui o voo. Já inclui o riso. 
Já é feita para um dia fazer florir o amor que abriga
E, mais cedo ou mais tarde, ela floresce." 
(Ana Jácomo)

sábado, 12 de janeiro de 2013

Esse tal período...


Incrível, como um período “fora de si” pode vir a tornar-se o melhor período dentro de suas condições emocionais. 

Incrível, como pensamentos certeiros nos tiram do eixo e quase sempre são modificados diversas vezes, permanecendo certeiro em todas as modificações. 

Incrível, como quando a gente se rodeia de gente que a gente nem sabe quem são, mas a afinidade é tão grande que palavras não explicarão. 

Incrível como aprender a “dançar conforme a música” é uma arte. 

Incrível como o tempo “fora de si” é o melhor tempo que temos. 

Incrível como “voltar para si” é desafiador e um contra tempo. 

Incrível como “estar em si” é altamente mobilizador! 

Incrível ...

Carolina/jan-2013