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terça-feira, 26 de junho de 2012

Passagem das Horas...

(...) 
E a vida dói quanto mais se goza e quanto mais se inventa.
Poder rir, rir, rir despejadamente,
Rir como um copo entornado,
Absolutamente doido só por sentir,
Absolutamente roto por me roçar contra as coisas,
Ferido na boca por morder coisas,
Com as unhas em sangue por me agarrar a coisas,
E depois dêem-me a cela que quiserem que eu me lembrarei da vida.
Sentir tudo de todas as maneiras,
Ter todas as opiniões,
Ser sincero contradizendo-se a cada minuto,
Desagradar a si próprio pela plena liberalidade de espírito,
E amar as coisas como Deus.
(...)

Passagem das horas ( Fernando Pessoa - Álvaro de Campos )

segunda-feira, 25 de junho de 2012

E dança com ela...


Encontros preciosos não são necessariamente os que nos trazem jardins já floridos.

São, um bocado de vezes, aqueles que nos ofertam mudas.
(Ana Jácomo)

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Minha maneira...






‎"...A fé é um exercício pra vida inteira.
Muitas e muitas vezes, eu me distancio incrivelmente dela, achando que posso resolver tudo sozinha.
Não é raro nessas ocasiões, na verdade é bastante comum, eu me atrapalhar toda num turbilhão de emoções que me drenam a energia e o sorriso.
Mas, toda vez que consigo acessá-la, de novo, tudo se modifica e se amplia na minha paisagem interna.
Na fé, eu sou capaz de me dizer, com amorosa humildade, que grande parte das vezes eu não sei o que é melhor para mim.
Eu não sei, mas Deus sabe.
Eu não sei, mas minha alma sabe.
Então, faço o que me cabe e entrego, mesmo quando, por força do hábito, eu ainda dê uma piscadinha pra Deus e lhe diga:
“Tomara que as nossas vontades coincidam”.
Faço o que me cabe e confio que aquilo que acontecer, seja lá o que for, com certeza será o melhor,
mesmo que algumas vezes, de cara,
eu não consiga entender."

(Ana Jácomo)

terça-feira, 19 de junho de 2012

Pensemos!


"Não é por acaso que se corre tanto hoje, quando as maratonas viraram moda.
O corredor vive uma luta constante para ultrapassar os seus próprios limites, uma obsessão de velocidade. Entramos em uma verdadeira "era da maratona", na qual o tempo urge, e todos querem disputar um lugar.
As exigências com o corpo assumem proporções surpreendentes e geram as insatisfações.
O corpo é manipulado, transformado, exposto, atacado.
Pensemos na body art, tatuagens e piercings, na anorexia e na bulimia, nas cirurgias para embelezamento e rejuvenescimento e, ainda, no poder da medicina, sua farmacologia, para atuar na vida sexual, no sono, na alegria, na fome, no emagrecimento..."

Pensemos nas práticas que nossos corpos são obrigados a assumir.
Pensemos também nas exigências que o cotidiano, o trabalho exaustivo as mil facetas que essa vida maluca nos coloca e que nos transformam corporalmente.
Muitas vezes destruindo a Carcaça...
Mas em meio a tanta turbulência, podemos pensar que o corpo torna-se reflexo daquilo que somos, do que almejamos e do que finalmente poderíamos ser!!!!

José e Carolina Gregorutti/ Junho 2012

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Aceitando a minha essência



Hoje, ao ler Ana Jácomo, com toda sua sensibilidade e minha identificação trago à vocês um pouco mais dela, um pouco mais de mim e um pouco mais do que desejo para todos nós......

”...Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia. Essa saudade, que às vezes faz a alma marejar, de um lugar que não se sabe onde é, mas que existe, é claro que existe.Essa possibilidade de se experimentar a dor, quando a dor chega, com a mesma verdade com que se experimenta a alegria. Essa incapacidade de não se admirar com o encanto grandioso que também mora na sutileza. Essa vontade de espalhar buquês de sorrisos por aí, porque os sensíveis, por mais que chorem de vez em quando, não deixam adormecer a ideia de um mundo que possa acordar sorrindo. Pra toda gente. Pra todo ser. Pra toda vida.Eu até já tentei ser diferente, por medo de doer, mas não tem jeito: só consigo ser igual a mim...”

E então, eu reverberei a minha maneira.....



Nesta tarde, ao admirar o pôr do sol, tomando o meu capuccino mais cremoso, me peguei pensando no quão certa ou errada estou em assumir minha essência: 

Pois é, Sou sensível.

Ser sensível no meio em que vivo é quase, como sobreviver. Requer sim, muita coragem. É VERDADE. 

Coragem que eu já tentei não ter. 

Coragem que a vida me cobrou. 

Constantemente. 

Cotidianamente.

Esse jeito de escutar além das palavras, de falar além do que ouço, de sentir a textura do sentimento, seja ele qual for e tantas e diversas e muitas vezes até morrer e viver, chorar e sorrir junto com o outro e com toda sinceridade. Esse jeito que é meu, que é particular. Esse jeito que causa estranheza nos outros, admiração para alguns, ciúmes em tantos.
Ser sensível é potente.

Porque não é fácil ser sensível no mundo que vivemos!

É preciso ter coragem, ter maturidade.

É preciso não se perder.

É preciso crer!

Sou assim, valorizo o fazer junto, o construir sabiamente. 

Muitas vezes me senti um peixe fora d´água, achei que pra sobreviver nesse mundo, eu precisava me moldar, me fechar, me tornar próxima do que é comum aos olhos de quem vê. 

E hoje compreendi, que não é preciso me fechar, mas muitas vezes, apenas “me blindar”...

Tornar-me um pouco menos permissiva e aceitar minha sensibilidade, usando ela a meu favor.

Ser sensível no meio em que vivo é quase, como sobreviver. 

Não é ser comportamental, mas é valorizar comportamentos e respeitá-los intensamente.

"... Esse cuidado espontâneo com os outros. Essa vontade tão pura de que ninguém sofra por nada. Esse melindre de ferir por saber, com nitidez, como dói se sentir ferido..."

Ser sensível é também um desafio.

É a busca constante por uma felicidade que não se busca.


Apenas se vive!


Ser sensível é ter prazer a sua maneira!


É ser verdadeira!

Permita-se!
Carolina - Junho/2012

terça-feira, 12 de junho de 2012

Buquê de flor para o AMOR!






Entre uma estatística e outra, entre uma atitude e outra, entre tantas emoções...
Faço uma pausa para falar do amor.
Hoje sim, celebramos o amor.
Mas afinal, o que é o amor?
É somente hoje o dia de celebrar?
Falar de amor é como dar um tiro no escuro.
Porque o AMOR não é só subjetivo, ele também é objetivo... ((e como))... e de tantas pessoas!
Como pensar em amor, e não lembrar dos seus pais? Sábios do amor incondicional..
Como pensar em amor sem se recordar dos seus irmãos? Perfeitos naquele que é chamado de amor fraternal..
Amor dos avós, dos tios, dos primos, da infância, dos cheiros, dos sabores... Privilégio de poucos...
Amor singelo, sem recompensa, com carinho, com beijinho, com saudade... Isso sim, é pra quem pensa!
Como pensar em amor e não recordar um buquê de flores?
Como pensar em amor e não se dar ao luxo de comer um chocolate preferido?
Como pensar em amor e não sorrir com os olhos?
Como pensar em amor e não sentir com o coração "na boca"?
Como pensamos no amor? Como vivenciamos o amor?
É somente hoje o dia de celebrar?




Ah, o amor...




Como não ter atitudes amorosas em nosso cotidiano?
Olhar para o vizinho, e dizer: - Bom dia! É um ato de amor, sabia?.
Olhar para a senhora no ônibus e dizer: - Sente-se aqui! É um ato de amor...
Olhar aquele familiar que sofre e dizer: - Estou contigo! Isso Também é amor!
Mas o melhor amor é aquele quando olhamos no espelho. Que ao se identificar, nossas verdades aparecem,
nossos caminhos começam a fazer sentido, nossos defeitos e qualidades são ali, inteiramente postos para nos amarmos!
Aceitar-se é amor!Mas aceitar o outro é compartilhar e exercitar o amor!
Afinal, como Fernando Pessoa coloca sabiamente: "Enquanto não superarmos a ânsia do amor sem limites, não podemos crescer emocionalmente. Enquanto não atravessarmos a dor de nossa própria solidão, continuaremos a nos buscar em outras metades. Para viver a dois, antes, é necessário ser um.”


É preciso muito mais que amor para viver feliz. 
É PRECISO QUERER O AMOR E TER CORAGEM PRA SER FELIZ! =)


Carolina/ Junho-2012

domingo, 3 de junho de 2012

A conversa especial!



É preciso “blindar-se” das coisas ruins que surgem em nossas vidas... 

É preciso sentir a liberdade, para voltar a crer... 

Sugiro nos sentarmos ao lado de uma amiga, apenas para PARAR e conversar... 

Não precisa ter pauta, seguir roteiro. 

Deixe a conversa acontecer de improviso, uma lembrança puxando a outra pela mão, mas peço que conte de você e deixe eu lhe contar de mim. 

Dessas coisas. De outras parecidas. Ouve também com os olhos. 

Escuta o que eu digo quando nem digo nada: a boca é o que menos fala no corpo. 

Não antecipe as minhas palavras. Não se impaciente com o meu tempo de dizer. Não me pergunte coisas que vão fazer a minha razão se arrumar toda para responder. Uma conversa sem vaidade, ninguém quer saber qual história é a mais feliz ou a mais desditosa. 

Sugiro a conversa com uma grande amiga ou amigo, alguém que de alguma forma lhe edifique... 

Converse com uma pessoa especial pra falar também sobre as coisas bacanas da vida. As gentilezas da vida. As miudezas dela. A grandeza dela. A roda-gigante que ela é, mesmo quando a gente vive como se estivesse convencido de que ela é trem-fantasma o tempo inteiro. 

Especial pra falar de coisas sensíveis. 

Do quanto o ser humano pode ser também bondoso, honesto, afetuoso, divertido e outras belezas. 

Sentimos falta de acreditar e saborear estes afetos em nosso cotidiano. 

Contem sobre os lugares onde nossos olhos já pousaram e daqueles onde pousam agora. 

Procure a amizade especial para conversar horas adentro, com leveza, de coisas muito simples, como a gente já fez mais amiúde e parece ter desaprendido como faz. 
Uma amizade para se conversar com o coração. Como já não fazemos. 


E se não quisermos, não pudermos, não soubermos, com palavras, nos dizer um pouco um para o outro, senta ao meu lado assim mesmo. Deixa os nossos olhos se encontrarem vez ou outra até nascer aquele sorriso bom que acontece quando a vida da gente se sente olhada com amor. 

Senta apenas ao meu lado e deixa o meu silêncio conversar com o seu. Às vezes, a gente nem precisa mesmo de palavras. 

Experimente sentir a conversa entre os corpos!
Acredite!

 =)                                                           Carolina / 2012 

( texto adaptado de Ana Jácomo)