" [...] Todos os dias que depois vieram eram tempo de doer.
Miguilim tinha sido arrancado de uma porção de coisas, e estava no mesmo lugar.
Quando chegava o poder de chorar, era até bom - enquanto estava chorando parecia que a alma toda se sacudia, misturando ao vivo todas as lembranças, as mais novas e as muito antigas.
Mas, no mais das horas, ele estava cansado.
Cansado e como que assustado.
Sufocado.
Ele não era ele mesmo.
Diante dele, as pessoas perdiam o peso de ser.
Os lugares, o Mutum - se esvaziavam, numa ligeireza, vagarosos.
E Miguilim se achava mesmo diferente de todos. [...] "
Guimarães Rosa
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