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terça-feira, 10 de abril de 2012

O conto de fadas...




Falando em reverberações do cotidiano vou deixar hoje para vocês um conto de fadas moderno que chega até a ser um conselho. 
O conto está no The Phantom tolbooth, de Norton Juster.

“Era uma vez um menininho chamado Milo que chega numa cidade onde todos andam apressados, olhando para o chão, como que sabendo exatamente para onde estão indo.
Mas ele não vê construções nem ruas. Tudo desapareceu.
Alguém explica para Milo:
- Há muitos anos, neste mesmo lugar, havia uma linda cidade, cheia de casas bonitas e lugares atraentes... As ruas eram cheias de coisas maravilhosas para se olhar e as pessoas sempre paravam para olhar para elas.
- Elas não tinham nenhum lugar para ir?, pergunta Milo.
- Claro que sim, mas, como você sabe, a razão mais importante de se ir de um lugar para o outro é ver aquilo que há entre os dois lugares...
- Aí, um dia, alguém descobriu que, se você não olhasse para nada e tomasse atalhos, você chegaria mais depressa. As pessoas tornaram-se obcecadas para chegar lá, correndo, depressa, olhando para o chão. E, porque ninguém mais ligava para as coisas à sua volta, tudo foi ficando cada vez mais feio e mais sujo e, como tudo foi ficando sujo e feio, as pessoas andavam cada vez mais depressa, e então uma coisa muito estranha começou a acontecer. A cidade começou a desaparecer. Dia a dia, as construções iam sumindo e as ruas desaparecendo. E as pessoas continuavam vivendo ali como sempre, nas casas, em prédios e nas ruas, que já não estavam mais ali, porque ninguém notava nada. “

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