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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Dose dupla de Tequila, por favor!




Para escrever sobre as reverberações que ando tendo nos últimos dias, e assim, justificar a ausência do mundo virtual, resolvo hoje falar sobre as pequenas percepções que temos perante as diferentes situações que vivemos.

Falar em "pequenas percepções" representa, para mim, uma qualidade intensiva que é pura vibração,não falo das formas figurais, mas de recebermos como um jogo de forças que se apresentam como uma atmosfera, 
                invisíveis à visão, mas apreensíveis à sensibilidade intensiva do olhar.

Pois é, falo dos encontros! dos olhares! dos acontecimentos rotineiros!

Falo, do "outro" que nos perturba!

Discutir a questão das relações, é trabalhar no plano das pequenas percepções, é evidenciar um olhar que apreende o que é invisível para a visão objetivadora: tensões, aberturas e quebras de espaço, movimentos orientados de força, suas cargas e suas potências.
                                                                          É nessa direção que emana uma superfície de contato entre os corpos, por onde cada um de nós se liga aos outros e ao mundo.

Podemos pensar também na capacidade que o ser humano tem de captar atmosferas presentes no encontro entre os corpos. Um olhar atmosférico perante ao outro e ao mundo que os cercam.

E para que pensar, agir e estar atento?

A produção de uma atmosfera em determinado encontro tem a propriedade de transformar os corpos submetendo-os a um regime de forças que, por sua qualidade intensiva, não estaria limitado à consciência.

O corpo é o primeiro elemento visível que se rodeia de uma atmosfera. E, por exalar dos corpos, existe quase de modo autônomo e envolvente, fazendo-nos , por exemplo, dizer que estamos "conectados um ao outro", "em sintonia", "no ar", evidenciando uma dimensão além dos limites da visibilidade dos corpos.

Ouso dizer que é um "não sei o quê" que captura, apazigua, dá confiança, cria repulsa e que, funda as relações de amor, transferência e de influência.

O encontro do meu olhar com o teu, cria uma atmosfera única que corresponde aos movimentos microscópios de cada um de nós.
                 Essa atmosfera é a forma mais presente nos encontros, com base na poeira das pequenas percepções que ganham forma como atmosfera que pré-anuncia, faz pré-sentir a forma que se desenhará: A ATMOSFERA MUDA, ENTÃO, TORNA-SE CLIMA, ASSUMINDO SOMENTE ALI DETERMINAÇÕES E FORMAS VISÍVEIS.

Nesse território do "contato" tudo pode acontecer, não podemos esquecer que a atmosfera tem uma densidade, uma textura e uma viscosidade própria, contendo um número incalculável de diferentes atmosferas que compõem uma dinâmica complexa.
São as forças que atravessam os corpos.
São as vontades.
As necessidades.
Os desejos.

Tudo cria uma atmosfera única... 
e eu vou ficando por aqui, 
em meio a tantas reverberações termino pedindo 
uma dose dulpa de Tequila, por favor! 

2 comentários:

  1. E quantos olhares cruzam com os nossos todos os dias? Com quantos "outros" estamos em todos os dias? É de se pensar mesmo amiga!

    *Orgulhosa de você de novo!

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