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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

SEGUNDAS INTENÇÕES



Faz algum tempo que não escrevo algo mais direto para vocês, pode ser pelo fato da mudança do ano, onde ficamos sempre com aquele ar de "oba oba", como também pode ser pelo simples fato de não querer.
Mas até o não querer é um querer, não é mesmo?

Hoje, lendo uma passagem muito interessante do livro de Nilton Bonder tive a oportunidade de pensar um pouco na vida, nos acontecimentos, nas atitudes humanas. Compartilho agora com vocês estes escritos, e espero que, assim como mobilizaram diversos sentimentos dentro de mim, algo aconteça aí!

" [...] Vemos em nosso mundo uma reação "vestida"à escolha pela nudez que tomou conta da pós-modernidade.  A liberdade e a opção individual em detrimento da coletiva são a marca de nosso tempo.
Nele são travadas as lutas simbólicas entre as forças da luz e das trevas tal como profetizaram os textos bíblicos.
O mundo parece ter um enfrentamento marcado entre dois campos adversários: o dos despidos e dos vestidos em busca da nudez.
Ambos se acusam como responsáveis pela ambiguidade humana e se dizem os legítimos guardiões da nudez. ***Por nudez entendam-se a desambiguação original e a possibilidade contido na ingenuidade, na espontaneidade e na autenticidade.*** 
O primeiro acredita que a liberdade e a transformação aproximam o ser humano do estado descoberto e despojado que representa a nudez. Ser nu é não estar defendido e resgatar a intimidade.
O segundo acredita que apenas a adesão aos fundamentos, abolindo o infinito jogo de reinventar-se, vestindo-se e revestindo-se de novos comportamentos, de novas morais e de novas imagens, pode salvaguardar a autenticidade.
Não é possível restaurar este estado de ingenuidade sob o efeito de um EU revestido em identidade e costurado de segundas intenções. 
A nudez só pode ser resgatada por FIDELIDADE, EXATIDÃO E PROBIDADE.[...]" 


Segundas  Intenções - vestindo o corpo moral.