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domingo, 25 de setembro de 2011

O amor

Hoje, resolvi escrever um pouco do amor...

Mas, caro leitor, resolvi escrever do amor em uma outra instância, de uma forma diferente dos poetas, dos músicos, dos artistas... Resolvo falar do amor como a principal forma de afeto que reverbera em nós!

Dada a singularidade de cada contexto e as diferentes intensidades que compõem toda e qualquer afetação, posso afirmar que, quando uma pessoa consegue sustentar e suportar as tensões, as problematizações e as possibilidades que emergem nas afetações, os momentos em que os corpos estão muito próximos conferem uma sensação quase inominável.

Depois de muitas experimentações, aproximações e sensações, os afetos criam uma espécie de berço, barco, balanceio de lá para cá, em silêncio ou como uma música melódica.

Os corpos entram em sintonia para que o movimento de afetar e ser afetado se torne, aos poucos, mais suave e harmônico, procurando encontrar um ritmo mais comum a todos os envolvidos.

A tarefa é algo difícil demais, hoje, encontrar afetos, amor, o que seja.. é algo desafiador, pois criar ressonância entre corpos em toda sua complexidade exige escuta, aberturas, disponibilidade para transitar entre o que aconteceu com cada corpo no afeto individual e sua composição com o afeto que se torna coletivo.

Algumas vezes, um corpo que se deixa afetar [amar????] esbarra, empurra o outro e cria um descompasso, nem sempre percebido, originando um certo desconforto. E quando isso acontece, o afeto permanece sem que os corpos se separem e se tornem novamente mais individualizados. A sensação do afeto consegue sustentar a tensão sem se desmanchar.

Outras vezes, a melhor sensação, é que mesmo por alguns instantes, criamos um único corpo dançante. E essa sensação é tão intensa que se perdem os contornos individuais dos corpos.

O descompasso dessa dança dos afetos, é sentido, por todos nós, nas diversas relações que temos com o mundo.

Tais graduações de afetos e contatos criam uma atmosfera singela, comum, própria que percorre e atravessa cada indivíduo em particular.

Percebo também que os ritmos das pessoas em suas formas de afetar variam em cada situação e contexto, o que torna, como em outros procedimentos [do viver] uma impropriedade catalogar ou roteirizar os efeitos e processamentos que se expressam nesses contornos e sensações.

E é justamente na impossibilidade dessas demarcações que as intensidades do afeto [do amor] podem atravessar o viver, que termino este texto dizendo que o amor, é para cada um, a sua forma mais nobre de expôr o melhor que há na sua essência. E você tem a oportunidade de exteriorizá-lo a todo instante, com qualquer pessoa, e até com a natureza... Faça o teste.. e permita-se afetar!!!!

2 comentários:

  1. Pois eh amiga.....o problema eh q as vezes a gnt sofre e se machuca por ae deixar afetar......

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  2. Mas pense o quão madura vc sairá desta situação! O mistério está aí... cair.. e se recompor!!!

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